A nau encantada
   22 de março de 2023   │     6:52  │  0

 

Jose Matheus chegou à janela da pequena casa na praia, o mar quase beirando a calçada; E viu, no suave sol da manhã azul, na enseada, uma nau daquelas que tantas vezes admirara em seus livros de História do Brasil. Esfregou os olhos para afastar o sono, esfregou outra vez, para ter certeza:-
Gritou: Rita vem cá! Rita chegou apressada.
— Que é Zé? Que alvoroço homem! Quase não termina a frase:
–Uma caravela!
Entraram. Rita prepara o café. Aquelas velas brancas brilhando ao sol da manhã, não os deixa em paz. Entre uma colherada de cuscuz e um gole de café; em suas retinas, –a nau. Rita afoita convida, vamos lá Zé?
–Se for um navio fantasma?
—Fantasma? Não acredito
José Mateus dá a palavra final. Nem pensar. Na manhã do outro dia, lá está a danada, linda, convidando à exploração. Cauteloso, José Matheus diz:- Vamos esperar os vizinhos comentarem.
Deram um bordo pela praia. Calixto vinha devagar.
— Bom dia! Falam ao mesmo tempo: Alguma novidade?
— A maré alta responde Calixto. Que mais haverá de ter?
Olham-se. Rita insiste, devíamos ir ver de perto.
-Amuada Rita vai para dentro de casa
José Matheus, não arredou pé.
Durante o dia Rita não falou nada, à noite deitou-se de costas para ele. Não se entendiam quando o assunto era a caravela. Rita mudou de tática, que mulher é bicho matreiro, sabedor de malicias e de truques para quebrar certas teimosias de homem. Nessa noite, Rita levou o seu Zé a oceanos desconhecidos; Navegar por estranhas correntes marinhas, algas em meneios sinuosos. Misteriosos abismos abissais. Ele foi feto no útero materno, recém-nascido em deslumbres de um mundo novo, homem primitivo; fauno dançante. Ao acordar gritou feliz: —Vamos lá… Rita se fez de ingênua:
— Aonde?


A nau. Grita com força, José Matheus.
Uma corda junto ao casco torna a subida fácil. A escada de cordas no convés faz Rita estar junto a ele em seguida.
É maravilhosa… Brilhante… O madeirame da proa a popa limpo, luzidio. Velas imaculadas, cordoalha perfeita. Rita afoita desce a escada que esta a sua frente.
—-Vem ver Zé! Ampla sala, mesa, cadeiras, cozinha. Tudo perfeitamente ordenado. Frutas diversas, água e vinhos.
Será que se perdeu de alguma frota?
Rita resolve a questão, vamos lá para cima aproveitar o sol.
Fazem um piquenique no convés. O tempo passou num sopro. Sentiram fome, foram à cozinha, frutas à disposição. No convés entre o verde do mar e o azul do céu, quando deram por si, quase anoitecia. Era hora de voltarem para casa.
Ao amanhecer já se preparam para irem àquele paraíso de silêncio, apenas quebrado pelo bater das ondas, o grito das gaivotas e o espadanar de algum peixe maior. Descem aos porões. Tudo perfeito ordenado, limpo. No quarto, ampla cama, lençóis de linho, coberta fofa, travesseiros convidativos. No banheiro perfumes e sabonetes. Quase em frente a cama, um armário. Rita deslumbrou-se. Joias variadas, pedras coloridas, brilho de ouro e prata. Era um tesouro sobre as águas, um requinte, um conto de fadas, como contava avó Deolinda.
Em casa outra noite quase insone; José Mateus resolve, dormiremos lá hoje. Num pulo estão na nau. Já não se admiram tanto com acasos. Cardumes de golfinhos brincam, fazem piruetas no ar. Recolhem se bem tarde. A via láctea é um manto de estrelas brilhando e piscando para eles.
.Acordam com o balanço contínuo, navegam. Uma ilha defronte deles desaparece devagar; mais a frente outra ilha. A nau ancora. Descem. Arbustos floridos, árvores, uma anciã borda num tear, flores, corais, peixe e pássaros, uma profusão de cores e formas.
–Sejam bem vindos! —
.Há tempo não vejo viva alma!
— Rita perguntou: há quanto tempo esta bordando?
— Séculos menina. Fazendo, desfazendo alguma cor menos viva ou uma forma menos perfeita. Mateus perguntou, onde estamos? A anciã ignorou a pergunta
—- E que há para lá, além, perguntou Rita?
—Outros mares, outras raças, outras formas de vida. Continuou o bordado com dedos ágeis. Rita observa o trabalho. Jose ‘Matheus corre os olhos pelos arredores, não havia ninguém apenas a velha, o tear, árvores e mais além uma vasta campina de flores.
— “Continuou falando:–” oceanos e oceanos. O mar das sereias, o dos monstros e abismos tenebroso, das ondas gigantes que varrem cidades, dos Leviatãs. . Muito mais longe, tão longe que quase não enxergo o Grande Oceano primevo, onde todas as formas são modeladas e ganham vida. Houve um silencio profundo e aterrador, como se tudo tivesse desaparecido, e não houvesse nada; apenas o grande oceano primordial, seu cadinho ardente e eterno forjando vidas e formas.
Rita benzeu-se.
“—Peça proteção aos seus deuses”. Essa é a terra dos sonhos e fantasias. Quando um mortal rompe a barreira dos sonhos, tudo é possível. Desde sempre teço para você. Tirou a peça do tear e entregou a Rita, que surpresa tentou se esquivar. Um piscar de olhos e a anciã se transforma em arbusto florido que dança ao vento. Rita rogou a N. Senhora da Conceição, sua madrinha, que os levasse de volta para casa. Era um feitiço, um encantamento.
O sol entra pela janela do quarto ferindo os olhos de Rita, que leva a mão ao rosto, num lapso de entendimento, entre acordada e dormindo. Não havia balanço, nem o suave barulho de ondas no bojo da nau. José Mateus espreguiçasse a seu lado.
Senta-se na cama, os pés tocam o cimento do piso do quarto. Correu para a janela, José ao lado dela, nem sombra de nau. O mar está calmo e brilhante. Rita abraçou José Mateus.
–Graças a Deus! Graças a N, Senhora da Conceição!
Calixto passa.
Jose ‘Matheus como se desculpando, diz: Dormi tanto que nem sei que dia é hoje.
Tá doido homem! Hoje é sábado. O que esta acontecendo?
—Nada. Tive febre ontem à noite,
— Ah! Sim. Agora entendo, e foi andando…
–Rita apressada: Vamos á igreja agora agradecer a Virgem.
Nunca rezaram com tanta contrição. Ao saírem olham desconfiados em redor. Passeiam o olhar lá longe na enseada. Tudo tranquilo, nem sombra da embarcação.
Rita foi arrumar o quarto, gritou:
–Vem cá.
Na penteadeira peça bordada que a anciã havia lhe dado… (Pode acabar aq.)
José Matheus trabalha na agência dos correios. È funcionário dedicado. Levar notícias de quem esta longe até aquele pessoal esquecido, dava a ele uma alegria boa.
Quase sempre vai pescar. Rita cuida das tarefas caseiras, acompanha José nas pescarias. Domingo vão à igreja. Passeiam na cidade Em conversas relembram a nau. Confessam a vontade de navegar por aguas desconhecidas.
Nas noites de lua cheia andam pela praia, luar batendo nas águas. A calma da maré vazante, sem estrépito de ondas, sem vento para açoitar areias e palhas de coqueiros. Calma de calmaria, de calor e clarões nos céus; de trazer caravelas para praias desconhecidas e marinheiros descobrirem terras ignotas. Nestas noites nem dormem.
Rita algumas vezes pega o bordado, abre… Examina cada detalhe devagar, cores, bichos, flores. Tudo tremeluz, se movimenta. Aquela velha senhora devia ser uma fada. Pensa Rita.
Os acontecimentos da pequena cidade os entretêm. Jovelina prima de Rita casou com Amaro da Miguelina. Ele pescador, ela de prendas domesticas. Excelente artesã. Suas redes de pesca perfeitas, malhas iguais, ideais para pescar sardinhas, tainhas gordas. Jovelina faz redes até para pescar sonhos…, Jovelina deu à luz a uma menina, batizou como Maria da Conceição. Rita e José Matheus foram padrinhos de vela.
Certo tarde Amaro de Miguelina e companheiros voltam do mar estranhos, calados; apesar da boa pesca; camurins, ciobas, beijupiras , alguns peixes miúdos.. Amaro chamou sua mulher:
— Um galo cantou lá no alto,
Ela arregalou os olhos, perguntou, tem certeza?
Sim, respondeu secamente.
Josué chamou: vamos á casa de o velho Leocádio contar tudo.
Pitando seu cigarro de palha Leocadio estava sentado na calçada da casa de taipa. Sereno. Um leve esboço de sorriso nos lábios. Olhos perdidos na imensidão azul. Cheio de sabedoria e silêncio. Ele é o guardião das historias do mar; conhece os nomes das vidas que ficaram para sempre nas profundezas; embarcações naufragadas, peixes gigantescos e arraias voadoras. Olhou aquela gente assustada e rompeu o silêncio:
Que canzoada é essa? Vieram em comandita para falar com o velho? Que aconteceu de novo, de diferente que estão assim de olhos arregalados e cara de quem viu assombração?
—A gente foi pescar dia claro, pescaria boa, vento leve, quanto… Amaro parou… Respirou:
—-Ouvimos canto de galo lá no alto mar. Cantou três vezes, o som vinha de todos os lados. Depois tudo se aquietou. Nossas redes se encheram de peixes. O velho riu divertido. Conhece quase todos da região, é padrinho de muitos. Sua mulher fora parteira durante anos; exerceu o oficio quase até morrer. Leocadio ficou só com a filha Joana, que herdou da avó materna os deuses ancestrais das terras iorubas. Filha de Oxum de nascença, e como a mãe encantada, cheia de feitiço e sedução.
O velho cismarento falou:
—Ouvi varias vezes o galo cantar, é em outro reino, o mundo deles se entrelaça ao nosso. Vi muitas vezes Iemanjá andando sobre as ondas, seguida por seu povo das aguas, mortos do mar, encantados e, em noites de tempestade Oyá com sua espada flamejante combatendo os elementos. A nau encantada vi de relance apenas duas vezes. Linda! Rita olhou para José Matheus. Leocadio entendeu o olhar.
—Só os escolhidos navegam na nau encantada!
Rita não se conteve, perguntou: não sabe nada mesmo?
O velho sem tirar os olhos dos dela falou: sei o que você sabe menina, filha de Maria do Carmo de Deolinda. Sua avó era a melhor benzedeira desta região.
Continuou fitando Rita. Num leve pestanejar, falou: A nau esta em seus olhos, na menina de seus olhos navega. Você é a nau e a viagem; Rita de Cássia, não se avexe mais dia menos dia estara´navegando.
. Afável, de natureza alegre, Rita que não conheceu o avô, se afeiçoou a Leocadio. Aos domingos pela manhã levar na casa perto da foz do pequeno rio um regalo. Um cuscuz de massa puba com carne de sol, um guisado de carneiro, às vezes um doce ou manuê; tornou-se rotina para o casal. Sentam-se na pequena varanda, e essa é a melhor parte do dia. Leocadio feliz conta histórias; Causos reais, dosados com outros misteriosos, onde crenças se misturam à realidade. Abancados no alpendre proseiam até a noite.
“Certa noite sem lua e vento forte Leocadio lembrou-se de um caso que seus avós contaram: —Numa noite de escuro como esta Vó Maria José começou:” Tu te lembra Joaquim, do caso do Malaquias e da Zefa”?
—Foi um caso muito sério, o Malaquias quase foi para a cadeia. Meu avô continuou a história:
— “Aqui era ermo, poucas casas, pouca gente. Os dois vivam pobremente, ela fazia redes de pesca, ele pescava. Numa boquinha de noite, Zefa pegou o pote e foi ao rio buscar água… Malaquias esperou, esperou…, foi ao rio, nada. Os vizinhos não davam notícia. No arruado, encontrou o soldado do destacamento, perguntou se tinha visto Zefa, que saíra para buscar água e não voltara. O soldado desconfiou dele:
—-“Malaquias, se essa mulher não aparecer, lhe prendo. Se não aparecer em três dias, vou busca-lo em sua casa.”
O pobre homem chegou chorando, sem saber que fazer; meu avô continuou. Juntei os amigos e conhecidos da redondeza e com fachos na mão vadeamos o rio, entramos na praia, nem sombra da Zefa. Era quase noite do terceiro dia. O soldado na porta do Malaquias.
. Alguém viu um volume vindo ao balanço das ondas. Quando nos aproximamos, era um mero. Um monstro, boca escancarada, um pote quase saindo por ela. O bicho estava morto. Abrimos a barriga. Zefa estava dentro, ainda segurado o pote.
. Rita benzeu-se. Despediram-se. Andaram devagar pela praia, céu e mar da mesma cor escura – Rita suspira, será que foi verdade Zé? Suspirou novamente. Jose Matheus perguntou o que foi? Não podia falar. Ele continuou calado.
O inverno passou, chegou o verão, e a nau não apareceu. Certo domingo, Rita resolveu levar para Leocadio a peça tecida pela velha- arbusto. Embrulhou em papel de seda e deu um laço de fita vermelha. Leocádia recebeu alegre, junto com a carne de sol. Desembrulhou com cuidado e se deslumbrou.
Gritou:- – é viva! — os peixes, as flores e foi por ai, se espantando com o que via. Disse a Rita categórico:- – quando eu morrer quero que ela vá comigo; do outro lado vou pescar, e ela será a vela da jangada.
NO domingo de Páscoa Rita e José Mateus foram à igreja, depois da missa, passeiam em meio as pessoas alegres e festeiras, todos aproveitando o feriado, rindo ,conversando. A vida se espraiando nas brincadeiras dos meninos, na conversa arrastada dos mais velhos, nas risadas das mulheres… Distraidamente olham a pequena enseada, lá esta ela, brilhante e mágica, convidando-os.
Juntos entraram na nau, que, estava quase a beira d’água. Abraçam-se. Dançam uma dança primitiva que nasce de dentro dos seus corpos. Observam as nuvens, e, lentamente deixam a enseada. Ondas mais afoitas quebram no convés. Deixam-se levar pelas nuvens e suas formas variadas; percebem pequenos seres elevando-se, voando por alguns minutos sobre a superfície das águas. Seguem para o interior da caravela. A mesa estava repleta de iguarias. Ao voltarem o mar havia mudado de cor, pontos luminosos e incandescentes boiam… As estrelas brilharam mais intensamente, e, pela primeira vez notam que traçam linhas no firmamento.
Dormem ali mesmo. O sol forte obrigou-os a acordar. Estavam muito longe de casa, muito longe da terra. Aceitam o desconhecido como duas crianças que deseje descobrir alguma nova brincadeira
.Observam uma mancha que se aproxima lentamente. Aguas tranquila, translúcidas, enormes algas flutua, golfinhos em bando pulam ,emitem sons agudos. Um convite? Jogam-se na água morna, nadam junto aos golfinhos, a incrível experiência os deixa famintos, cansados, leves e felizes. Enormes baleias e seus filhotes aparecem acompanhando a nau. Fazem piruetas, pulam e cantam. A mancha que presumiam ser terra delineou-se no horizonte. Compacta e escura, uma ilha rochosa. Um enorme rochedo coberto de limo, pequenas algas e alguns corais. Ao aproximarem viram. – Pessoas? Sereias e mais sereias. Iguais às gravuras dos livros. Cantam, penteiam os longos verdes e dourados cabelos, entretecidos por longas tranças, cobertos por flores marinhas, corais, peixinhos coloridos. Tudo é irreal, no entanto, eles estão vendo. Algumas curiosas sobem na nau. Olham os dois. A mais bonita delas falou: sou Cassandra, completou a frase com um sorriso arrebatador e misterioso. Rita pensou: havia algo de maléfico, mortal naquele sorriso. São lindas, perfeitas; Rita estava encantada. Uma delas de aparência sóbria, talvez mais antiga, chamou-os para conhecerem suas moradas.
— Efigênia que os convidou afirma em linguagem telepática— se chegaram até aqui, podem submergir sem medo.
— Vamos começar agora! Ela os chamou…
José mergulhou, puxando Rita em seguida. Voltaram logo à superfície, com o auxilio dos golfinhos que se juntaram ao grupo.
. Quanto tempo passaram no reino das sereias? Quem sabe? O tempo ali não é contado em horas, dias, meses. É continuo, sem interrupções, sem alterações. Uma claridade morna que se derrama sobre tudo, quase um afago; um doce esquecimento, certa frouxidão dos membros, as águas embalando num marulhar discreto. Conheceram palácios submarinos de pilares de coral. Castelos de contos de fadas. Corais de variadas cores que se entrelaçam, Arquitetura exótica, luxuriosa e enigmática. A luz filtrada faz a realidade parecer um sonho. .
Enormes perolas em conchas entre abertas, longos colares de nácar em cores inimagináveis aumentam a magia.
O balanço suave e contínuo da nau que se fazia ao mar os fez entender que deixavam para sempre o reino das sereias. Na cozinha após um café revigorante sobem ao convés. José levou anzóis para pescar e Rita sentou-se ao seu lado sentindo a quentura do sol.
Navegavam placidamente entre céu e mar; já nem se lembravam do dia que partiram naquela aventura estranha e magica. Algumas vezes nem dormiam. Não encontravam explicação do que ocorria. Não esqueciam a anciã – arbusto, sua afirmação de outros oceanos, os fazia esperar a qualquer momento monstros e tempestades. Certa manhã, Jose Matheus lançou seu anzol ao mar e ao observar o horizonte notou uma enorme nuvem escura e pesada, lampejos de fogo, raios, trovões. Largou tudo, desceu para cozinha. Rita esta tranquila, arrumando louças. Uma rajada de vento forte balança as escotilhas. Grossas nuvens se formaram bem próximas, quase tocando as velas… No bojo da nau trancam a comunicação com o convés, se prepararam para vencer o pavor, o medo, a escuridão que se abate sobre o mundo.. Das escotilhas vislumbravam vagas e relâmpagos. Deram se as mãos. Monstros aparecem nas cristas das ondas. Enormes serpentes aladas se elevam da superfície. Verdadeiros dragões que ao se alçarem á superfície soltam chamas. Repentinamente uma bocarra aparecia quase engolindo a nau que submergia. .Juntando-se ao barulho da tempestade outros sons horripilantes Estavam exaustos. A escuridão rodeava os dois. Antigos medos ancestrais se projetam em suas mentes; histórias de terror ouvidas na infância tornam-se reais, estão sós num mundo de sombras. Precisam sair deste pesadelo. Essa certeza que nasce quase inconsciente como que começa a amainar a tempestade. Desejam o sol, o céu sem nuvens, e esse desejo vai afastando os monstros e raios. Quando a escuridão se dissipa em suas mentes fica a certeza de que eles comandam a viagem. Nesse momento aparece uma jangada e Leocadio é seu timoneiro. Brilhando ao sol a vela que Rita lhe dera. O ancião acena feliz para o casal, ele também luminoso Consolidou-se a certeza que voltar á vida normal era preciso.
Acordam. Estão em seu quarto, O sol batendo na janela.
Olham-se quase surpresos e ambos exclamam: Que sonho esquisito!
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a AVENTURA QUE NÓS CHAMA, A NAU ENCANTADA, É A VIDA, nesta aventura você pode ir só ou acompanhada, é uma historia da jornada da alma, no momento em que ela aceita o chamamento do que esta para além das aparências comuns, ditas normais, pela maioria da humanidade. Quando o homem masculino- feminino rompe a casca do socialmente aceito e abre sua mente para os outros mundos e dimensões que nos cercam, quando abre seu coração para o que de imensurável existe e que nos cerca, que nossos olhos ainda não veem sons que não são audíveis para nós, simplesmente porque fechamos os olhos da alma e não afinamos nossos ouvidos para discernirem as maravilhas que nos rodeiam.
Acordar é preciso, o milagre está aqui nos esperando a cada passo, vencer as armadilhas do quotidiano, deixar fluir a espantosa e inerente acuidade e sensibilidade, além dos dons que possuímos, se deixar embalar pelo amor e compaixão por toda criação, e ser único com toda a natureza e para além do visível, Entender o voo dos pássaros e os sinais dos ventos, acompanhar o ritmo das marés, sentir a melodia no barulho das ondas assim entender quão maravilhoso é o dom da vida ,

 

Prezada Heloisa
Que você acha de não colocar essa parte onde teço conclusões sobre a natureza da” viagem”?
A NAU-TITULO

“Há mais coisas entre o céu e a terra, do que sonha nossa vã filosofia”-Willian Shakespeare
YO NON CREO EM BRUJAS, PERO QUE LAS HAY, LAS HAY- MIGUEL DE CERVANTES

 

 

 

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About Yaradir Sarmento

Yaradir de Albuquerque Sarmento é sócia efetiva da AAL, ocupa a cadeira 14 desde 2015 publicou o primeiro livro em 2013: versos sem reverso - editor Benedito Ramos Amorim, no ano seguinte publicou outro livro de poemas: Maquinações Poéticas com o mesmo editor e logo em seguida o romance: Sonho de Uma Noite na Índia lançado sob a edição de Benedito Ramos Amorim no ano 2016. O nascimento de vênus livro de poemas publicado em 2019 - editora CBA. em 2021- editora Viva - Um Jeito Feminino de Ser Crônicas e Contas. 2021 - editora Viva - Camaleoa - Romance 2023- editora Viva - Poemas Esquecidos - aguardando lançado. Pintora autodidata fez duas exposições no MISA - 2014 e 2019. uma exposição coletiva no parque shopping. Sua pintura é espontânea, tem traços de impressionismo, no entanto as cores são sua paixão e desafio, flores e mulheres místicas são seu tema favorito. Quer através da pintura resgatar o divino no feminino, a deusa geratrix que impulsiona a humanidade para a procura do bem e o belo, tanto externamente na natureza que nos cerca quanto interna na força do espírito que constrói e eleva o homem aos páramos dos deuses.

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