Do regente
a maestria
dos cantores
de todas as tribos
e todas as cores
a alegria.
Trombone
trompete e clarinete
rasgam de forma estridente
o silêncio contundente
da noite destemida
que ameaça acontecer
emoldurando com luz
confete e serpentina
a pálida e descolorida
avenida.
Vibrantes
repicam os surdos
suaves
soam os pandeiros
mesclando as emoções
com sentimentos verdadeiros
enquanto caixas e tamborins
fazem tremer corações
revolvendo as sensações
dos foliões altaneiros.
Vejo os primeiros mascarados
que mesmo cheios de dedos
ousam desafiar
deixando mostrar
por traz da fantasia
seus segredos
recheados de medos
mas
repletos de alegria.
Num grito de liberdade
rompem-se as barreiras
caem as máscaras
levantam-se as bandeiras
revelando identidades
guardadas como brinquedos
que num arroubo sem igual
põem pra fora os bruxedos
de forma conceitual
Afinal
esse é o momento
onde tudo é permitido
e até mais que normal
esquecer-se enrustido
sair do convencional
e por trás da fantasia
escrachadamente
poder viver e gritar
livremente
é Carnaval.