“Acabou nosso carnaval / ninguém ouve cantar canções / ninguém passa mais brincando feliz / e nos corações / saudades e cinzas foi o que restou… E no entanto é preciso cantar…”
A Marcha da Quarta-feira de Cinzas de Carlinhos Lyra e Vinicius de Moraes ecoa em todo Brasil depois de quatro dias de Carnaval. Há quem diga que as coisas no Brasil só funcionam depois do Carnaval. Pode até ser na Ilha da Fantasia, Brasília, onde Podres Poderes vivem nababescamente. Mas o brasileiro comum, do grande empresário ao operário, dia 2 de janeiro já estão no batente para sustentar sua vida e pagar os impostos.
Mas voltemos ao Carnaval. As Escolas de Samba e Blocos estão se reunindo pensando no Carnaval de 2025. Isso mesmo Carnaval é coisa séria, é emprego e renda. Em muitos locais profissionalizaram carnavalescos e planejadores de captação de recursos. Os ingleses há pouco tempo inventaram o termo Economia Criativa, ou seja a economia, o dinheiro gerado pela criatividade humana e o Carnaval Brasileiro é a síntese dessa Economia Criativa, onde pequenos empresários, tipo: ambulantes, taxistas, costureiras, músicos, montadores, pousadas, hotéis, restaurantes e outros são os maiores beneficiários. Carnaval é um grande negócio, que digam as cidades de São Paulo, Rio, Salvador, Recife, entre outras que começaram a se estruturar durante o Carnaval. Há oito anos que um grupo de foliões formaram blocos para desfilar no domingo de carnaval na orla de Maceió. Nosso carnaval se restringe a esses Quixotes que há oito anos não deixaram a peteca cair, pelo menos no domingo de carnaval. Nos outros dias de carnaval Maceió fica uma tristeza. A burguesia, mais de 200 mil habitantes, viaja para assistir os carnavais de outras cidades. A estrutura carnavalesca da cidade para os 800 mil habitantes que ficam em Maceió é pífia, o maceioense não tem direito à maior manifestação cultural popular do brasileiro, a alegria fugaz que se chama carnaval. Continue reading