Author Archives: José Geraldo Marques

About José Geraldo Marques

José Geraldo Wanderley Marques nasceu em Santana do Ipanema, onde fez os primeiros estudos e escreveu as primeiras poesias. Foi aluno marista em Maceió. Formou-se em Medicina Veterinária e Biologia no Recife. Fez Mestrado na UFRJ e na USP.. Doutorado com louvor e Pós-Doutorado pela Unicamp. Foi Professor na Univ de Évora (Portugal) e na Universidade Autônoma de Cuernavava (,México). Agraciado com o Prêmio Martin de Lá Cruz (Canadá)e com o Prêmio Nacional Vanucci do CNPq/Ministério da Cultura. Doutor Honoris Causa da UNEAL e Homenageado pela Univ. Santa Clara(Cuba),pela Univ. Hebraica (Israel) e pela Univ. de Teera. Membro da Academia Alagoana de Letras e da Academia de Ciências da Califórnia.

CARTA DE GONZAGA PARA MARILIA DE DIRCEU
   5 de fevereiro de 2024   │     9:23  │  0

Sim, podes mandar pelo vento

O teu perfume de amoresia

Eu saberei distingui-lo

Dentre os aromas flutuantes

De cada flor

E saberei aspirá-lo como se fosse

O ar que me faltasse

A cada manhã

 

O ar da saudade

Que nunca me sacia

 

E que só aumenta a cada dia

Que não passa

E que não deixa pegadas

Porque não caminha

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BRASKEM ALÉM DAS RACHADURAS – Memórias de Um Tempo Quase Esquecido
   21 de abril de 2023   │     3:57  │  3

“A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”
Peter Burke

1- PROLEGÔMENOS

1-1. EM VERSOS

Um monstro flui nesse poema
Jorge de Lima – 1952

Um monstro flui nesse poema
feito de úmido sal-gema.

A abóbada estreita mana
a loucura cotidiana.

Pra me salvar da loucura
como sal-gema. Eis a cura.

O ar imenso amadurece,
a água nasce, a pedra cresce.

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SAUDADES MORTAS
   10 de abril de 2023   │     2:51  │  0

Houve uma tarde
Em que olhando nos meus olhos
Me deste duas plantulas
Que me foram uma floresta inteira

Plantei-as

Com elas
Meus sonhos renasceram
E viraram estrelas

Foram apenas de ciinco anos
A duracao da nossa eterna primavera
Passaram como cinco minutos
Mas duraram múltiplas eras

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A FEIRA DO SÉTIMO DECÊNIO
   20 de março de 2023   │     1:00  │  1

Há um vácuo de mãe
Nesta manhã de sábado
Dia de feira em Santana do Ipanema

Dia dos meus bois
E dos meus cavalos
De barro

E das alvissimas margaridas
Vendidas em ramalhetes
E dos tijolos açucarados
E das carnes no açougue
Que era chamado mercado

Há um vácuo de sábado
Nas tuas mãos de mãe morta
E enterrada no meu coração
Que hoje por ti amanheceu faminto