Category Archives: Poesia

É CARNAVAL
   14 de fevereiro de 2024   │     10:25  │  0

Do regente

a maestria

dos cantores

de todas as tribos

e todas as cores

a alegria.

 

Trombone

trompete e clarinete

rasgam de forma estridente

o silêncio contundente

da noite destemida

que ameaça acontecer

emoldurando com luz

confete e serpentina

a pálida e descolorida

avenida.

 

Vibrantes

repicam os surdos

suaves

soam os pandeiros

mesclando as emoções

com sentimentos verdadeiros

enquanto caixas e tamborins

fazem tremer corações

revolvendo as sensações

dos foliões altaneiros.

 

Vejo os primeiros mascarados

que mesmo cheios de dedos

ousam desafiar

deixando mostrar

por traz da fantasia

seus segredos

recheados de medos

mas

repletos de alegria.

Num grito de liberdade

rompem-se as barreiras

caem as máscaras

levantam-se as bandeiras

revelando identidades

guardadas como brinquedos

que num arroubo sem igual

põem pra fora os bruxedos

de forma conceitual

 

Afinal

esse é o momento

onde tudo é permitido

e até mais que normal

esquecer-se enrustido

sair do convencional

e por trás da fantasia

escrachadamente

poder viver e gritar

livremente

é Carnaval.

 

A SAUDADE
   1 de fevereiro de 2024   │     9:49  │  0

Ai! Que saudade!

Sinto que dói dentro de mim,

é um aperto intenso no peito.

Uma nostalgia!

Ora ruim … Ora gostosa,

e que aumenta a cada dia.

Que mais parece um mar cheio de lembranças,

de ondas que batem no meu coração,

lembrando tudo que vivi desde quando nasci.

E as preciosas relíquias estão no fundo do mar:

os meus brinquedos,

os álbuns,

as cartas de meus pais e amigos,

as joias antigas de família,

e coisas de afeto da minha história.

No além, do mar, no seu infinito,

ficam as tenebrosas lembranças,

que se vão nas trevas da escuridão,

levando o meu medo,

e o meu choro das tristezas que vivi.

Aí! Que saudade!

Levo no barco da minha vida

as melhores lembranças,

e sigo navegando no mar dos meus sonhos…

QUEM ES TU?
   26 de janeiro de 2024   │     10:27  │  0

Acabas de nascer

ainda não te conheço

e por mais questionável

que possa parecer

por ti

tenho apreço

e de ti

tudo espero

desde o começo.

Curiosidades

expectativas

desejos mil

tenho dentro de mim Continue reading

SURREAL
   31 de julho de 2023   │     9:34  │  0

Encho o tanque do carro
Sorrio para a moça
Aparo as pontas da fita
De meu chapéu Panamá
Dou um laço
Dou abraço
Faço um nó
Meu sangue sul americano
Mexicano ou cuiabano
Porto riquenho
Baiano sonhador,
Como um sanduíche
Mastigo um pistache
Voo na avenida
Brinco na praia.
Surfo a onda
E num susto viro um avião
Pássaro maluco
Metálico e suado
Sou da lagoa -sururu
Meu caminho traço
Sigo a rota da inspiração
Adeus menina bonita
Minha sina está amarrada
Ao moreno cor de solidão
Ao riso malandro e descuidado
Meio torto, meio sorriso
Amarrou meu coração
Me deixou apaixonada
Levou minha razão
Adeus noites de descanso
Adeus moça comportada
Me perdi na contra mão
Dessa vida atravessada
Dessa paixão descarada
Despertada por certa cor-solidão

LUZ DO SOL
   14 de julho de 2023   │     8:35  │  0

Diga-me
noite
por que insiste
em manter-me triste
privando-me da luz
se o antídoto
que
só ele
produz
é o único responsável
por gerar clareza
através da qual
consigo enxergar beleza
ver que tudo reluz.

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Cria corvos
   10 de julho de 2023   │     11:22  │  0

Abrindo as togas escuras,
feito corvos abrindo as asas,
eles disseram a crocitar
– Estamos no topo.
Nem Deus está acima.
Até mesmo fatos
a gente pode criar.
E para que a ousadia
não venha a se repetir,
é preciso que a sentença
seja bem exemplar.
(Nada melhor do que o medo
para dissuadir e calar.)

Ouvindo em silêncio,
alguém ficou a cismar
– Que não se regozije o tolo
ao ver um desafeto penar.
Cria corvos e te arrancarão
os olhos,
os espanhóis costumam falar.

CONTE DE UM ATÉ TRÊS
   19 de junho de 2023   │     15:42  │  0

Se preciso for
conte outra vez.
Às vezes
não há tempo suficiente
para responder
se apenas contar
de um até três.

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O NASCIMENTO DE EROS
   1 de maio de 2023   │     9:08  │  0

[28/4 10:51] Yaradir: Cercado de luz azul iridescente
Nasceu o amor de asas transparentes
tão frágil, franzino
Era o menino
Cheio de melindres e desejos
Necessitava de incessantes beijos ,
carícias sutis
de sonhos e pequenos gestos pueris.
Enquanto crescia se fazia cada vez mais exigente
Mais aumentava a força
um desejo fremente
De mãos e corpos que se tangenciam,
E não mais podem ficar ausentes.
Sempre próximos ao menino de asas transparentes
Que alimenta a paixão e o desejo exigente
De se tornarem um só eternamente.
[28/4 16:05] BENEDITO RAMOS: Que tal nascimento de cupido
[28/4 16:31] Yaradir: O nascimento de Eros
Ou se preferir de Cupido

BRASKEM ALÉM DAS RACHADURAS – Memórias de Um Tempo Quase Esquecido
   21 de abril de 2023   │     3:57  │  3

“A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”
Peter Burke

1- PROLEGÔMENOS

1-1. EM VERSOS

Um monstro flui nesse poema
Jorge de Lima – 1952

Um monstro flui nesse poema
feito de úmido sal-gema.

A abóbada estreita mana
a loucura cotidiana.

Pra me salvar da loucura
como sal-gema. Eis a cura.

O ar imenso amadurece,
a água nasce, a pedra cresce.

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SAUDADES MORTAS
   10 de abril de 2023   │     2:51  │  0

Houve uma tarde
Em que olhando nos meus olhos
Me deste duas plantulas
Que me foram uma floresta inteira

Plantei-as

Com elas
Meus sonhos renasceram
E viraram estrelas

Foram apenas de ciinco anos
A duracao da nossa eterna primavera
Passaram como cinco minutos
Mas duraram múltiplas eras

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