Sim, podes mandar pelo vento
O teu perfume de amoresia
Eu saberei distingui-lo
Dentre os aromas flutuantes
De cada flor
E saberei aspirá-lo como se fosse
O ar que me faltasse
A cada manhã
O ar da saudade
Que nunca me sacia
E que só aumenta a cada dia
Que não passa
E que não deixa pegadas
Porque não caminha
O suor do teu suar
Cheira a maçã
A lágrima do teu olhar
Acende a fantasia
Que valseia pelo ar
Com odor de alecrim
Misturado com maresia
Sim, não importam as
distâncias
Podes mandar pelo ar
Pois somente eu saberei distinguir
O que é flor do que me
Que Marília escreveu para Dirceu
Após ler os versos seus.
por Yaradir Sarmento
Marília jamais recebeu de Dirceu
Tão lindos versos de amor
De rimas pungentes
Cheias de saudades e dor
Ah! Dirceu disse a donzela
Seus mais belos e amorosos
Nem se comparam
Podes crer
Aos versos que escreveu
De séculos muito distante
Versos de verdadeiro amante
Sem rodeios e sem pudor
Versos que falam de amor
E da minha formosura
Do meu perfume singular
Ah Dirceu perdes-te o prumo
E se possível me arrumo
Com esse novo poeta
Que deixou minha alma em festa
Meu coração em desalinho
Vou partir para aventura
E encontrar a criatura
Poeta, bom versejador
E se for mesmo amor
Adeus mineiro querido
Vou fazer ninho e abrigo
Nos braços deste cantor