Category Archives: Crônica

BRASKEM ALÉM DAS RACHADURAS – Memórias de Um Tempo Quase Esquecido
   21 de abril de 2023   │     3:57  │  3

“A função do historiador é lembrar a sociedade daquilo que ela quer esquecer”
Peter Burke

1- PROLEGÔMENOS

1-1. EM VERSOS

Um monstro flui nesse poema
Jorge de Lima – 1952

Um monstro flui nesse poema
feito de úmido sal-gema.

A abóbada estreita mana
a loucura cotidiana.

Pra me salvar da loucura
como sal-gema. Eis a cura.

O ar imenso amadurece,
a água nasce, a pedra cresce.

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A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE NO EXAME CLÍNICO
   3 de abril de 2023   │     8:34  │  0

A Avaliação clínica continua sendo fundamental na prática médica diária, em qualquer lugar do planeta.
A medicina nos oferece um privilégio sem paralelo na existência humana: a chance de aliviar o sofrimento, e de resgatar seres humanos para a vida. É uma sensação arrebatadora.
O conhecimento de anatomia, fisiologia e propedêutica médica, integrado a uma história bem estruturada, e um exame físico bem realizado, ainda são a pedra angular da consulta médica e formam a base para o desenvolvimento de uma estratégia racional de tratamento, dominado pela prática à beira do leito.
A anamnese, conversa inicial com o paciente, permite se chegar a noventa por cento das hipóteses diagnóstica, desde que, sem pressa, essa conversa seja em um clima de cordialidade e respeito, onde essa relação médico-paciente se torna o pilar principal da confiança entre ambos, o que possibilita a se chegar a um diagnóstico rápido e preciso.
Durante minha formação médica, tive o privilégio de conviver com vários esculápios da medicina da minha cidade, médicos docentes, que nos ensinavam a ser médico da pessoa, pois, entendiam que no consultório ou ambulatórios em nosocômios, não eram atendidas pessoas doentes, mas pessoas que se sentiam doentes.

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Jorge de Lima – NOSSO POETA IMORTAL
   27 de março de 2023   │     0:46  │  1

Era a manhã do dia 15 de novembro de 1953. Com grande paz interior, falecia na cidade do Rio de Janeiro, aos 60 anos de idade, o imortal poeta alagoano Jorge de Lima.
Nascido em União dos Palmares, jamais esqueceu sua terra querida onde as cenas de sua meninice ficaram gravadas em sua mente, servindo de inspiração para vários de seus poemas. A imagem do rio Mundaú sonolento no verão e bravio no inverno, quando cheio, carregava “as baronesas” e transbordava, lambendo as ruas e invadindo as casas. Jorge de Lima trouxe para a sua vida a doçura de uma infância feliz em União; o toque dos sinos, as cantigas dos cegos nas feiras, a festa de Santa Madalena. Formado em medicina tentou iniciar sua vida de médico em Maceió, logo partiu para o Rio de Janeiro onde possuía uma grande clientela. Suas obras já percorreram o mundo, seus poemas traduzidos em várias línguas, servem como temas para defesa de tese em inúmeras Universidades da Europa, dentro as quais destacamos: “Invenção de Orfeu”, “O Acendedor de Lampiões” e “Essa Nega Fulô”.
Em 1951, dois anos antes de sua morte, voltou para rever sua terra querida. Foi uma viagem sentimental. Arnon de Melo era o Governador do Estado.  Sendo seu afilhado e grande amigo, proporcionou-lhe, ao lado dos intelectuais da terra como Francisco Valois, todas as gentilezas possíveis.

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