Há quatro meses reencontrei minha casa.Apesar de está sempre morando nela. Preocupações e afazeres haviam me transformado apenas num visitante. Alguém que vai e vem, sem realmente permanecer para desfrutar da companhia de sua essência.
Revisitei cada cômodo demorada e silenciosamente.
Pequenos detalhes:um risco na poltrona,uma torneira que não veda, a louça rachada. Na cristaleira antiga,cristais difratando cores,fragmentam azuis reais e violetas purpurinos.Deixo -me me levar pela magia das cores iridescente ;e penso em antigas festas que nem participei.
Onde candelabros cintilam e casais dançam ao sonho de valsas vienenses..
Minuciosa e precisa inspeção.
Travamos um diálogo mudo ,mas cheio de significativas memórias.
Agradeci ás suas paredes acolhedoras, seu teto que me abriga,sua maneira gentil de embalar meu sono,se fazendo silenciosa e escura.
A cozinha generosa e farta de sabores tão nossos,de conversas á mesa ,dos cafezinhos com biscoitos,dos bolos que lembram minha mãe.
Cozinha onde os netos ouvem histórias da família enquanto juntos preparamos um doce.
Fui a varanda das conversas com amigos, das noites de comemorações alegres,vendo as estrelas ,a lua cheia,o farfalhas das árvore ,o odor do jasmim-laranjeira da vizinha.
Relembro domingos de sol com as crianças na piscina,os jovens conversando . Nas cadeiras de balanço,nós os mais velhos aproveitando a preguiça do final de semana.
Esse reencontro amigo me fortaleceu o espírito,trouxe-me paz,serenidade e alegria .