Portas desguarnecidas parecem bocas em gritos de pavor
Reproduzem centenas de telas de Much por toda extensão das ruas desertas
Uma profusão de janelas escancaradas me olham como a pedir socorro.
Não existem telhados, nada que proteja paredes cobertas por arbustos que desordenados ocupam frestas e pequenos espaços.
HÁ UMA ATMOSFERA DE DESTRUIÇÃO E ABANDONO.
O Silêncio impera…
Um silêncio carregado de reprovação, tristeza e abandono.
Foram-se as crianças, os velhos e os sonhos arrancados dos lares desfeitos.
Apagaram-se lembranças, livros, brinquedos, discos antigos.
Tudo ficou para trás…
As reações dos moradores não conseguiram conter o avanço da destruição e da ganancia dos homens.
Um dos maiores desastres urbanos do mundo continuará gritando no silêncio sepulcral das ruas mortas.
Canto 2
Existe uma dor muda em nossas almas penadas
E um grito calado em nossas bocas fechadas.
Não entram mosquitos–
Entram horrores em nossos olhos aflitos.
E tristezas profundas ressoam em nossos ouvidos.
Somos zumbis perturbados
Em torno de aguas paradas
Que já não correm para o mar
Somos mistério profundo
Sentimos a dor do mundo.
Amei!