A DESCOBERTA DE UMA RELÍQUIA DE VALOR HISTÓRICO
   26 de fevereiro de 2024   │     7:45  │  0

Uma casa sem livros é

 um corpo sem alma.

Cícero.

 

Esse conto se passa em Alagoas, terra dos Marechais, de Marechal Manuel Deodoro da Fonseca e de Floriano Vieira Peixoto, localizada no Nordeste do Brasil, cuja capital é Maceió e encontra-se cercada de várias praias e lagoas. Onde morava a alegre senhora Tereza, com seus 60 anos de idade, de estatura média, porte elegante, de cor branca, com seus cabelos curtos e escuros. Que trabalhava como professora da faculdade de medicina de uma instituição pública federal desta cidade. Ela era simpática, gostava de ler e se dedicava inteiramente ao seu trabalho acadêmico. Casada com o senhor Luiz, com mais idade que ela, também de estatura média, magro, com uma discreta calvície. Ele era comerciante, muito conversador e tinha o hábito de ouvir música.

O casal morava num apartamento confortável defronte à praia de Ponta Verde. Nessa ocasião, a Tereza vivia o Luto de seu pai, que havia falecido há dois meses. Já a sua mãe partira anos antes, e agora estava órfã. As lembranças deles eram constantes, principalmente de seu pai, traziam muitas saudades e a deixava triste.

Lembrou-se como foi à partilha dos bens, quando se reuniu com seus três irmãos no apartamento, onde seus pais moraram. Que herdara bastantes coisas antigas: quadros, livros, as belas louças que pertenciam à sua mãe e outros objetos da época que viveu com eles. Trouxe tudo para o seu apartamento, e colocou os quadros na parede da sala, os livros na estante e as louças no móvel e cristaleira da sala de visita, e alguns guardou embrulhados dentro de um armário no seu quarto.

Uma semana depois deste encontro, em seu apartamento, sentada na poltrona da sala assistindo à televisão, viu uma reportagem que lhe chamou a atenção, a qual falava sobre o município de Marechal Deodoro. Isso fez despertar nela a vontade de ir até lá para rever esta cidade histórica, pois dava muita importância à cultura alagoana.

Ela contou a seu marido e o convidou para fazer um passeio de carro até Marechal Deodoro e ele aceitou. Partiram no sábado, após o café da manhã. Depois de 40 minutos estavam lá. Observaram à pequena cidade às margens da lagoa Manguaba, onde havia alguns restaurantes especializados em frutos do mar.

Tratava-se de um município do Estado de Alagoas, onde tem construções de valor histórico, como: igrejas, casarões e casas que mantém as características antigas. A sua fundação foi em 05 de agosto de 1591, com o nome de povoado de Vila Madalena da Sumaúma. Em 1636 passou a ser denominada de Vila Santa Madalena da Lagoa do Sul. Em 1817 foi a capital da capitania de Alagoas e, em 1839, a capital passa a ser Maceió. Cem anos depois, em 1939, o nome da cidade foi mudado para o atual, em homenagem ao filho ilustre Marechal Manuel Deodoro.

Lá, eles foram caminhando a pé pelas ruelas e observando as fachadas das casas, indo em direção a casa onde nasceu  Marechal Deodoro. Eles entraram na sala e visualizaram um grande busto esculpido mostrando detalhes da fisionomia do Marechal Deodoro. Havia uma pessoa responsável sentada a uma mesa e sobre ela existia um livro para os visitantes. Logo, o casal assina o livro e fica a observar os objetos históricos, algumas medalhas, uma cama daquela época e quadros na parede. Eles avistam uma escada e resolvem subir; lá em cima, havia um móvel grande com uma tampa de vidro, e, dentro, havia alguns objetos antigos que pertenciam ao Marechal Deodoro. A Thereza observou atentamente o prato antigo, abaixo uma placa com os dizeres: prato comemorativo apresenta bordas com frisos transados, intercalados por motivos florais e as Armas da República do Brasil nas suas cores; no centro, busto de perfil ¾ , logo abaixo, a legenda: MARECHAL DEODORO DA FONSECA. O moço da recepção informou ser uma relíquia do acervo do Museu da República do Rio de Janeiro e que fora transferida para esta casa em sua homenagem. Nesse momento, a Thereza lembrou que tinha um prato parecido com esse, sendo que a foto era do Marechal Floriano Peixoto, mas não sabia que poderia ser uma relíquia de valor comemorativo da época. Era uma das louças que herdara de sua mãe.  Ficou surpresa! …e, ao mesmo tempo, feliz com essa possibilidade de ser uma relíquia de grande valor. Diante disso, tratou de tirar uma foto dessa relíquia com o seu celular para confirmar assim que chegar à sua residência.

Alguns minutos depois, eles se despedem do moço responsável do local e saem da casa caminhando e comentando sobre o fato de a Thereza ter uma relíquia de valor histórico.

Ela comenta: “Tantos anos depois e só agora me deparar que poderia ter uma relíquia comemorativa do Marechal Floriano Peixoto”, conta que ele tinha um parentesco com a sua avó materna, que todos da família sentiam muito orgulho dele, explicava pela sua brilhante carreira militar e por ter sido o grande consolidador do regime Republicano do Brasil.

Após visitar a igreja e o convento do local, o casal retornou ao seu apartamento. Muito ansiosa, ela foi até ao seu quarto, abriu o armário e avistou um embrulho, o pegou com as mãos e abriu devagar com cuidado, e teve uma surpresa!, ….Acabara de confirmar que possuía uma relíquia semelhante a que tinha visto.

Ficou emocionada!  Pegou o prato do Marechal Floriano Peixoto, e, com muito zelo e orgulho em tê-lo, colocou dentro da sua cristaleira antiga, junto com os outros objetos antigos, deixando-a segura e protegida. Depois, ela atribuiu a Deus e aos seus anjos protetores por ter lhe guiado nesse caminho de ir até aquela cidadezinha para resultar nessa maravilhosa descoberta.

About Therezita Peixoto Patury Galvão Castro

Therezita Peixoto Patury Galvão Castro. Otorrinolaringologista. Mestre e Doutora em Otorrinolaringologia. Professora Titular aposentada da Faculdade de Medicina da UNCISAL. Professora Associada da Faculdade de Medicina (FAMED) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Coordenadora da disciplina Distúrbios da Voz. Pesquisadora Extensionista e Coordenadora do Projeto de Extensão “dê voz a quem precisa” da FAMED/UFAL. Sócia efetiva do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas.

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