Author Archives: Chantal Jeanne Lafaye Frazão

About Chantal Jeanne Lafaye Frazão

Nossa autora, Chantal Jeanne Lafaye Frazão, nasceu nos arredores de Paris, em pleno baby-boom do pós-guerra. Foi viver na capital quando tinha apenas 21 anos. Pouco depois de se mudar, a jovem cruzou o caminho de um brasileiro chamado Antônio. Assim que colocou os olhos nele, ela soube que o destino havia enfim chegado à sua porta! Em pouco tempo se apaixonaram, casaram-se e foram viver em Maceió, no ano de 1979. Chantal virou rapidamente uma alagoana, aprendeu a preparar uns quitutes nordestinos como carne de sol, feijão tropeiro ou cozido com pirão. Lançou o livro Memórias de Uma Franco-Alagoana em 2019 — obra que, nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio Notáveis da Cultura Alagoana, na sua 16ª edição. Mais recentemente, no dia 27 de abril de 2023, Chantal entrou na ilustre Academia Alagoana de Letras, ocupando agora a cadeira 33, anteriormente ocupada pela escritora e poetisa Lyzette Lyra. Acompanhando o esposo alagoano nas suas viagens de negócios, Chantal aproveitou a vida e aprontou em NYC, Londres e outros lugares onde sua curiosidade a fez vivenciar inúmeras aventuras, que soube transfigurar em histórias, através das quais o narrador pega o leitor pela mão e o leva para passear em variegas perambulações pelo mundo afora...

Um curioso encontro – Londres, outubro de 2007
   28 de abril de 2023   │     8:09  │  3

Apesar do dia ensolarado, fazia aquele friozinho típico de outono europeu. Como a loja se situava numa via cruzando o final da comprida Sloane Street, apressei o passo. O vento forte despenteava as árvores. Levantei a gola e, descendo a longa artéria, observei os táxis pretos trafegando pela esquerda, ou melhor, andando na “mão inglesa”, com seus motoristas dignamente sentados à direita, no lugar que é o do passageiro por aqui.

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UM ENCONTRO ATRAPALHADO
   7 de abril de 2023   │     1:48  │  12

De: Sandra Mairinque <[email protected]>
Enviado: domingo, 20 de agosto de 2011
Para: Marcia Labroy <[email protected]>
Assunto: quero falar com você!

Cara Márcia, bom dia!

Tentei ligar para seu celular, mas foi impossível falar, pois você não atende. Minhas ligações caiam sempre na sua caixa postal. Eu quero tanto lhe revelar algo que aconteceu comigo! Só confio em você, a única pessoa com quem me abro. Resolvi então fazer o seguinte: irei escrever-lhe em detalhes uma estranha situação que experimentei. Você vai ficar a par de tudo. Depois, quero sua opinião sincera a respeito disso. Assim que você puder, ligue para mim! Eis aqui o relato:

<<Um tempo atrás, passei por uma experiência bastante inusitada. Foi quando inventei de ter uma troca com alguém que conheci através das redes sociais. Era amigo de uma conhecida minha. O homem tinha uma boa aparência e aparentava ter um ótimo nível sociocultural. Chama-se Fernando.

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O Par de Luvas Verdes
   13 de março de 2023   │     1:52  │  2

Alguns anos atrás, precisei pegar um voo para New York, onde meu marido passaria uma semana a trabalho. Após entrar em contato com a agência de viagens, decidimo-nos por um voo da Japan Airlines. Seria aquela a nossa primeira experiência com a companhia.
Na hora de embarcar, os funcionários do aeroporto mandaram os passageiros formarem duas filas: a business class, à esquerda, e a classe econômica, à direita. Na executiva, praticamente só havia… executivos! Todos eles japoneses, menos eu e meu esposo. Enquanto isso, os turistas brasileiros, da classe econômica, compunham uma fileira agitada e barulhenta. Foi então que pude observar a tremenda discrepância entre os dois grupos.
Como os japoneses são, racial e etnicamente, o povo mais homogêneo do mundo, notava-se a espantosa semelhança dos executivos prestes a subir no avião. Tinham todos o mesmo padrão físico: eram esguios e mediam em torno de 1,75m de altura. Nem mais baixos, nem mais altos. Todos possuíam, obviamente, os olhos puxados e os cabelos negros, curtos e lisos. Todos vestiam sisudos ternos pretos de corte impecável. Todos eles carregavam uma maletinha, do tipo James Bond. A mão livre permanecia enfiada no bolso da calça. De tão parecidos, aparentavam ter sido fabricados a partir do mesmo molde.

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