Category Archives: Editorial

DECRETO LIBERTADOR
   12 de janeiro de 2024   │     7:52  │  0

Em seu clássico “Contos Tradicionais do Brasil” Câmara Cascudo na seção dedicada aos animais expõe o “Decreto Libertador”. Segundo Cascudo:” Existia um descontentamento muito grande. Inimizades degeneravam em consequências prejudiciais. No reino animal entendia o leão que poderia acabar com esse estado de coisas baixando um decreto. Um decreto que viesse regular a vida — e que acabasse com as competições”.

Continue reading

REIMAGINANDO O CENTRO DA CIDADE DE MACEIÓ: UM PLANO PARA REVITALIZAÇÃO
   10 de janeiro de 2024   │     7:53  │  0

Prédios abandonados, feiras livres instaladas em logradouros públicos e sem controle, sensação de insegurança – essas são as imagens que vêm à mente quando pensamos no centro de Maceió. Este cenário desolador não é um fenômeno recente, mas uma realidade persistente que tem assombrado a região por um tempo considerável.
O vazio urbano, caracterizado por edificações fechadas e sem uso, é mais do que apenas um sintoma de negligência. É um indicativo de problemas mais profundos que têm gerado debates acalorados e muita preocupação entre os cidadãos e as autoridades locais.

Continue reading

ÁGUAS DE JANEIRO
     │     7:53  │  0

Águas de Janeiro

Sabe-se que as páginas do passado não ficarão impunes aos efeitos da releitura, e que as do presente começam a ser delineadas com a palavra escrita no papel com cheiro de novo, rebuscada com o brilho da tinta fresca, como se estivesse vestida com brocado de seda, de renda ou mesmo com linho puríssimo; mas não se deve esquivar da certeza de que somente o futuro, que é o depurativo do tempo, far-lhe-á as devidas honras, e nem sempre com cavalheirismo lhe tirará os véus, mas em boa hora rasgará a cortina do tempo ou, mais ainda, com sorte e um bom planejamento, poderá outorgar o prêmio almejado.

Continue reading

O SAL DA TERRA
   5 de janeiro de 2024   │     7:53  │  0

A água das lágrimas evaporou
o sal sobrou
no lenço, na alma, na dor…

MARQUES, José Geraldo: Lamento arcaico minimalista n 2

UM RONCO SINISTRO rebentou desde o útero da terra e desmanchou o sossego da noite. O chão tremeu assustado e feridas profundas vincaram seu rosto; árvores espavoridas ensaiaram escapar às carreiras, mas lhes faltavam pernas e despenharam sobre ruas, carros, muros, casas, passantes e esperanças; as paredes das casas racharam num protesto calado e livros apavorados atiraram-se das prateleiras das estantes, na tentativa irrefletida de um suicídio impossível.

Continue reading

O GRAPIÚNA E O CAIPORA
   2 de janeiro de 2024   │     3:41  │  0

O menino Grapiúna tinha mania de se embrenhar no mato, passava o dia inteiro observando os pássaros, descobrindo novos ninhos, acompanhando a vida de cada pequenino morador daquele mundo que era só seu. Quando voltava a tardinha, trazia o bornal cheio de maçarandubas, cambuís e ingá. Desde que chegara à vila do Retiro nunca parou um instante para brincar na porta de casa. Todas as crianças de sua idade gostavam de jogar pião, chimbra, brincar de carrinho, mas o Grapiúna só queria saber mesmo era de explorar tudo o que era desconhecido.

Continue reading

OS NATAIS DA MINHA INFÂNCIA
   25 de dezembro de 2023   │     7:29  │  0

Quando recordo os natais da minha infância, a primeira coisa a emergir do passado é a lembrança olfativa da autêntica árvore de Natal, erguida no salão da nossa residência. Esparramando sua inconfundível fragrância pelos quatro cantos da casa, o tradicional abeto anunciava que Papai Noel estava por vir.

Continue reading

NATAL DE LUZ
   23 de dezembro de 2023   │     7:30  │  0

Eis a festa memorial da data aniversária do nascimento de Cristo! O brilho comemorativo, que reluz, condiz com os sentimentos nobres que fazem parte da integridade do sagrado aniversariante, que, em seu nascimento, aportou na Gruta, trazendo, de outras plagas, os Reis Magos instruídos pela estrela guia, com incenso, mirra e ouro. História divina que faz observar que na condição humana a verdade pode encerrar-se por séculos sem alterações.

Natal! É hora de revisitar a Gruta, de romper os grilhões da angústia do fascínio, de arrastar-se por entre as iniquidades e quinquilharias ilusórias dos pertences, deixando a mente livre para tocar nas paredes de sustentação da Gruta, ver se faz parte do quartzo que a sustêm, clamar a dignidade de fazer adoração ao Menino Deus, levando a face a se introjetar de luz, sentir o enlevo do louvor ecoando em sua abóbada. É hora de dialogar internamente, de se ver vendo.
Hora de recolhimento, de renovação, de aprender a separar o que realmente se ama, analisando se tem a durabilidade do grão de quartzo que compõem as rochas da Gruta do nascimento de Jesus Cristo. É reviver momentos sagrados de mistério divino, acompanhado dos segredos da atmosfera do irreal que, ao tocar a alma, traz a transcendência das respostas que se espera ouvir. O mundo precisa da sobriedade desse momento, precisa do aprendizado da reflexão, para que não se perca no nevoeiro das abominações.

Continue reading

EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO: A HISTÓRIA DA PONTE DOS FONSECA EM
   18 de dezembro de 2023   │     10:01  │  0

EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO: A HISTÓRIA DA PONTE DOS FONSECA EM MACEIÓ
Por: Ehrlich Falcão


A evolução de Maceió está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento de sua infraestrutura e transporte. O marco inicial foi a construção de uma singela ponte de madeira em 1835, projetada para facilitar a travessia de pedestres e animais sobre o Riacho Maceió. A Resolução nº 1, datada de 10 de abril do mesmo ano, que ordenou a construção da ponte, também concedeu ao governo a permissão para cobrar uma taxa de animais ou veículos, independentemente de estarem carregados ou não, que passassem pela ponte, até que as despesas fossem reembolsadas.

Continue reading

UMA ALVOROÇADA MISSA DO GALO
   13 de dezembro de 2023   │     3:34  │  0

NÃO SE HÁ DE EXIGIR QUE ALGUÉM ACREDITE NESTE RELATO. O mais certo mesmo é que alguns o vejam quando pouco insólito. Caso não o enxerguem inundado pelo asceticismo cego que costuma plantar ideias fixas, inflamar, oprimir e até matar em nome da fé, como se tem visto por aí afora. Outros, porém, poderão puramente colhê-lo por testemunho ostensivo da providência divina, piedosamente genuflexos diante do calabouço dos dogmas. Mas que não venham, nem aqueles nem estes, escorados no catecismo da intolerância: o incréu a querer impor ao crente o seu ceticismo; o devoto a querer impor ao descrente o seu credo. Ainda que com o estratagema de ir comendo pelas beiras.

Continue reading

O VESTIDO DE MUSSELINE AZUL
   11 de dezembro de 2023   │     3:34  │  0

Luciana abre a porta do closet ,passa devagar a mão entre os vários vestidos. Procura um especial, aquele lá, azul Tiffany, uma cor que a deixa fascinada .Apalpa a musselina de seda, sente a maciez do tecido, a sensação é deliciosa. Ama tecidos macios, veludos , sedas , materiais que moldam levemente o corpo com uma carícia.
Há um voluptuosidade discreta, que ela disfarça muito bem para as outras pessoas ,mas intimamente sabe que é sua maneira de ser.

Continue reading